segunda-feira, 17 de março de 2008

O que é corpo(latria)

RESUMO:CODO; Wanderley & SENNE; Wilson A. O que é corpo(latria). 2ª edição, Brasiliense, 1986.


Tavico Oliveira

A marca mais evidente da corpolatria é o narcisismo. Curiosamente, na época de Freud os psiquiatras consideravam o culto apropria imagem como uma doença; hoje, além de perder o caráter patológico, passou a significar sinônimo de bem-estar consigo mesmo.
A moda apresenta a sua maneira reflexos do narcisismo; o modelo padrão da juventude deixou de ser um rapaz com cabelos e desgrenhados, costas curvadas, calca velha, azul e desbotada.
Hoje a juventude mais badalada é o tipo cool chic – cabelos cuidadosamente aparados, músculos salientes, blazer branca, muito brilho, muito realce, Arrogante e sedutor, o corte da roupa é encolhido de modo a ressaltar as formas do corpo, cores claras contrastando com a pele bronzeada. Nem só de narcisismo e individualismo se alimenta a corpolatria. Há um outro pressuposto que a representa de modo indiscutível: existe um animal urrando dentro do homem, ansioso por liberdade.
Na bioenergética, talvez por ser uma das manifestações mais bem-acabadas do fenômeno que analisamos, essa afirmação transparece. Deixemos que Alexander Lowen, um dos papas dessa teoria fale por si. A bioenergética ‘’ é uma técnica terapêutica que ajuda o individuo a reencontrar-se com seu corpo e a tirar o mais alto grau de proveito possível da vida que há nele. Na verdade, essas restrições à vida não são imposições voluntárias.
A corpolatria é uma doença fértil. Ocupa setores da classe media como se fosse uma panacéia para todos os males. Vimos que a corpolatria é produto de uma cisão do homem consigo mesmo, produzida pelo capital, e também que o modo de produção capitalista engendra trabalhadores que não produzem perdidos em si mesmos.

terça-feira, 4 de março de 2008

A ginastica v gt

RESUMO: OLIVEIRA, Vitor M. de Oliveira. O que é Educação Física. São Paulo. Ed Bras. 1943.

Tavico Oliveira

A ginástica – natural ou artificial – deve ser analisada à luz dos seus objetivos. Os exercícios analíticos têm aplicações para os fins corretivos a que originalmente se destinavam. Foi, ainda, a partir de conhecimentos sobre anatomia, fisiologia e outras disciplinas afins, que o professor de educação física adquiriu status profissional.
Encarada a Educação Física essencialmente sob o seu aspecto biológico, o professor fica reduzido simplesmente a um ’’ educador físico’’. Os gestos esportivos envolvem um tal domínio do tempo e do espaço que se equiparam aos”mais belos espetáculos de dança, as mais belas cadencias da linguagem, os mais belos ritmos arquitetônicos e esculturais, ou os mais belos jogos de cores e de luz’’.
Mestre, hoje é física ou bola? ’’ Essa pergunta, muito ouvida por professores de educação física, leva - nos a uma série de exercícios, não muito bem assimilados, geralmente analíticos. Desde a antiguidade clássica muitos pensadores consideram a ginástica uma ciência. Aristóteles, quando a ela se referia, chamava’’ a ciência da ginástica’’. Normalmente aceita-se que o método empregado determina se uma área do conhecimento pode receber o credito do cientifico. Para isso, é necessário que o seu objeto seja investigado com a utilização do chamado’’método cientifico’’.
Este método pressupõe ser possível à previsão da ocorrência de um determinado fato, se as condições que se apresentarem forem semelhantes aquelas já experimentadas. O seu rigor impõe, ainda, uma validade cientifica somente á observação empírica, aquela que considera o seu objeto diretamente.

Existe pelo menos um ponto em comum entre varias concepções

RESUMO: JR. GHIRALDELLI, Paulo. Educação Física Progressista. 9ª ed. São Paulo. 2004

Tavico Oliveira

Existe pelo menos um ponto em comum entre varias concepções de Educação Física: a insistência na tese da Educação Física como atividade capaz de garantir a aquisição e manutenção da saúde individual. No caso da Educação Física Higienista, a ênfase em relação à questão da saúde esta em primeiro plano. Para tal concepção, cabe a Educação física um papel fundamental na formação de homens e mulheres sadios, fortes, dispostos a ação.
Diferentemente da Educação Física higienista, que se acredita capaz de ‘’redimir o povo de seu pecado mortal, que é a ignorância ‘’, e que o leva as condições de deterioração da saúde, a Educação Física Militarista, por sua vez, visa à formação do ‘’cidadão soldado‘’, capaz de obedecer cegamente e de servir de exemplo para o restante da juventude pela sua bravura e coragem. Tanto a Educação Física Higienista como a Educação Militarista não colocam, de forma sistemática e contundente, a problemática da Educação Física como uma atividade prioritariamente educativa, ou seja, como disciplina comum aos currículos escolares.
A Educação Física Pedagogicista esta preocupada com a juventude que freqüenta as escolas. A ginástica, a dança, o desporto etc. é meio de educação do alunado. Como a Educação Física Militarista, a Educação Física Competivista também esta a serviço de uma hierarquização e elitização social. Ao contrario das concepções anteriormente citadas, a Educação Física Popular não revela uma produção teórica (livros, periódicos, teses etc.).
Abordamos as concepções de Educação Física presentes na realidade brasileira de forma analítica. Procuramos levantar as características fundamentais e essências a cada uma das concepções de Educação Física que, num primeiro momento, emergem empiricamente do contexto social.